Todos os anos, durante a Quaresma, somos convidados a viver a Campanha da Fraternidade.
Mas, afinal, o que é essa ação da Igreja? O que representa para o cristão? Na prática, o que significa?
Para responder a essas e outras que você possa ter em mente, vamos voltar um pouco no tempo !
Uma fagulha para a prática da caridade
Você já ouviu falar sobre a Cáritas? Trata-se de uma confederação composta por 162 organizações humanitárias da Igreja Católica, atuante em mais de 200 países. Sua missão é trabalhar para amparar e dar assistência aos pobres e oprimidos. No Brasil, a instituição iniciou seus trabalhos em 1957.
Provavelmente você esteja se perguntando: o que a Cáritas tem a ver com a Campanha da Fraternidade? Tudo! Veja porquê.
No ano de 1961, três padres que trabalhavam na Cáritas do Brasil planejaram uma campanha para arrecadar recursos a fim de financiar as atividades assistenciais da instituição. A essa ação, eles deram o nome de Campanha da Fraternidade.
Na Quaresma de 1962, foi, então, realizada pela primeira vez a Campanha da Fraternidade. Porém, ela não ocorreu como acontece atualmente. Foi realizada exclusivamente na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.
Esse modelo deu certo e devido ao seu bom êxito, no ano seguinte 16 dioceses do Nordeste também realizaram a campanha em suas comunidades. Esse projeto foi o embrião para a concepção do projeto da Campanha da Fraternidade que, mais tarde, passamos a vivenciar ano após ano.
A Campanha da Fraternidade e o Concílio Vaticano II
Para estender a Campanha da Fraternidade a todas as dioceses do Brasil, era necessário fundamentar e estruturar seu projeto. Também em 1962 teve início na Igreja Católica o Concílio Vaticano II – reuniões nas quais os prelados discutiram e regulamentaram vários assuntos da Igreja. E essa foi a oportunidade que os padres do Brasil encontraram para conceber e estruturar melhor o projeto da Campanha da Fraternidade.
Ao longo de 4 anos seguidos, os padres participaram em Roma das sessões do Concílio (1962 a 1965) e de inúmeras reuniões, diversos estudos e momentos de trocas de experiências. E foi assim, sob o espírito renovador do Concílio, que os padres definiram o que seria a Campanha da Fraternidade para toda a Igreja no Brasil. Porém, não apenas isso: o tempo do Concílio foi oportuno também para a concepção e estruturação do Plano Pastoral de Emergência e o Plano de Pastoral de Conjunto, para o desencadeamento da Pastoral Orgânica e outras iniciativas de renovação eclesial.
A adesão das comunidades brasileiras
Depois de os padres terem estruturado e organizado como aconteceriam as Campanhas da Fraternidade, alguns passos foram determinantes para estabelecê-la como uma ação nacional.