Como uma fruta que você corta ao meio

 


 

Do Evangelho segundo Mateus

Mt 22: 34-40

 

“Sabendo os fariseus que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se e um deles, doutor da Lei, fez-lhe esta pergunta para pô-lo à prova: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?”. Respondeu Jesus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu o coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito (Dt 6,5). Esse é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18). Nesses dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas”.”

 


 

Na época de Jesus, as pessoas tinham que se orientar na selva dos 613 preceitos, identificados pelos rabinos na Bíblia. Destes, 365 diziam tudo o que não deveria ser feito e 248 indicavam as obras a serem feitas. Lembrar de todos esses mandamentos foi uma façanha, quanto mais guardá-los fielmente!

Em suma, um campo minado. No entanto, entre os rabinos haviam pessoas esclarecidas que haviam resumido esse emaranhado de regras muito complicadas. Um deles, um certo Hillel, que viveu na época de Jesus, foi convidado a fazer um resumo da Torá. Este homem santo, para resumir em poucas palavras, respondeu: “O que você não gosta, não faça ao seu próximo! Esta é toda a lei, o resto é comentário”.

 

Sempre apreciei estas palavras: pequeno, sem frescuras. Especialmente a frase: Esta é toda a lei, o resto é comentário. E acho que vale a pena observá-lo à margem da resposta que Jesus dá ao doutor da Lei que quis testá-lo perguntando-lhe qual era o maior mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, com toda a sua alma e com toda a sua mente”. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo então é semelhante a esta: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Aqui: esta é toda a lei, o resto é comentário!

 

Digo isso para me lembrar todos os dias que tudo o que faço ou deva fazer com o que me é pedido, tudo deve brotar do amor, sempre unido, por Deus e pelos outros.

E eu devo amar

  • com todo o meu coração, isto é, com um coração indiviso, um coração que trabalha bem, sem fingimento.
  • Com toda a minha alma, disposto a sacrificar tudo pela minha fé e pelas pessoas que amo. Claro, amando a todos, sem ceder à tentação de descartar aqueles que não gosto e de me comprometer com aqueles que me agradam.
  • Enfim, com toda a minha mente, sempre pronto a guardar as razões da minha crença, além das emoções e da banal superficialidade dos clichês. Até que entendamos que o pecado não é uma violação de uma norma, mas uma falta de amor. Sempre. E que não basta trabalhar duro para que os outros se sintam ‘religiosos’: é preciso nutrir um único amor que abrace a Deus e ao próximo, seja ele quem for, bom ou mau, simpático ou não.

 

Coloque na balança o amor a Deus e aos outros – não nos esqueçamos disso! – devem ter o mesmo peso. É como uma fruta que você corta ao meio: mesmo sabor, mesmo peso, a mesma fruta.

 


Fonte: https://www.piccoloeremodellequerce.org/post/come-un-frutto-che-apri-a-met%C3%A0